O que é?
Diabetes é um problema causado pela forma como o seu corpo utiliza os açúcares (glicose), resultando em níveis elevados de açúcar no sangue. Ao longo do tempo, o nível elevado de açúcar no sangue pode danificar pequenos vasos sanguíneos do olho, levando à inflamação. O derrame do fluido desses vasos sanguíneos pode resultar em acúmulo de líquido na parte central da retina (mácula), o que chamamos de edema macular diabético (EMD).
O edema macular diabético é a maior causa de perda de visão em indivíduos com diabetes mellitus. Aproximadamente 7% dos pacientes com diabetes ao redor do mundo, sofrem com edema macular diabético.
Em estágios mais avançados, os pacientes com retinopatia diabética podem evoluir para o tipo chamado retinopatia diabética proliferativa, em que o organismo tenta compensar a falta de sangue na retina (isquemia) criando “novos vasos” (neovasos), que são frágeis, podendo sangrar e causar descolamento de retina, com risco de causar danos irreversíveis à retina.
Fatores de risco e diagnóstico
No início, a doença não apresenta nenhum sintoma e o paciente pode não perceber alterações na visão. As complicações tornam-se mais sérias com o passar do tempo e, se não forem diagnosticadas e tratadas de forma adequada, podem levar à perda irreversível da visão. Por isso, todo paciente diabético deve ser submetido a exame de mapeamento de retina regularmente e ficar atento aos fatores de risco que podem agravar a doença, como tabagismo, sedentarismo, hipertensão, apnéia do sono, dislipidemia (aumento do colesterol e triglicerídeos) e principalmente o controle metabólico da diabetes. Exames auxiliares como a angiografia fluoresceínica (AF) e a tomografia de coerência óptica (OCT) são importantes para o correto diagnóstico da doença.
Pacientes grávidas que já tinham o diagnóstico de diabetes (tipo 1 ou tipo 2) antes de engravidar devem ter o cuidado redobrado, pois existe risco de piora ou surgimento de retinopatia diabética durante a gravidez, sendo obrigatório o exame da retina (mapeamento de retina) durante a gestação.
Essas gestantes devem realizar o primeiro exame de mapeamento de retina no início do diagnóstico da gestação (logo no primeiro trimestre) e, posteriormente, a cada 1 ou 3 meses enquanto durar a gestação, a depender de presença ou não da retinopatia diabética.
Tratamento
O tratamento da retinopatia diabética depende do estadiamento. Todos pacientes com qualquer estágio de retinopatia diabética devem estar atentos a um controle mais rígido da diabetes e dos outros fatores de risco. Estágios precoces podem ser só observados.
Pacientes com edema macular diabético e baixa de acuidade visual devem ser tratados, com as seguintes opções de tratamento:
- Injeção intra-vítrea com anti-angiogênico (Lucentis ou Eylia ): São realizadas injeções mensais por, no mínimo, 3 meses.
- Injeção intra-vítrea de implante de dexametasona (Ozurdex ): é um implante de corticóide, pode ter duração de 4 a 6 meses.
- Laser: pode ser indicado em alguns tipos específicos de edema macular, além de ter indicação para prevenção ou tratamento do tipo de retinopatia diabética proliferativa.
- Vitrectomia (cirurgia da retina): nos casos de hemorragia vítrea ou descolamento de retina tracional (complicações da retinopatia diabética proliferativa).
FIQUE DE OLHO
O ideal é que a taxa de hemoglobina glicada se mantenha abaixo de 7,0.